Os critérios agrupados na sigla ESG tem direcionado a forma de atuação de empresas e instituições financeiras com a cobrança por ações de sustentabilidade. E não se trata apenas de meio ambiente e de conter danos como algumas pessoas pensam.

O escopo do ESG é muito mais amplo e diz a respeito de relações estabelecidas com funcionários e fornecedores, a sua atuação para ajudar na melhoria da sociedade como um todo, o tratamento e as oportunidade dadas as melhorias, as ações tomadas pra promover a diversidade, além das medidas adotadas para combater fraude e corrupção.

O que é ESG e por que ele vem ganhando relevância? 

Há uma cobrança cada vez maior pela transparência e atuações responsáveis de organizações ao que tange no seu envolvimento com a sua comunidade. E essa discussão que era mais presente no mercado europeu e americano, agora vem ganhando folego no Brasil depois de acontecimentos que colocaram em cheque as praticas das companhias.

Além da pandemia do coronavírus (COVID-19) e os seus reflexos sobre empresas e seu funcionários, a tragédia em Brumadinho envolvendo a Vale do Rio Doce, o crescimento dos incêndios na Amazônia e o vazamento de óleo na costa brasileira, reforçaram a importância de acompanhar a temática ESG.

Como ele tem sido adotados por gestoras de recursos em seus fundos?

Com as empresas sendo cobradas cada vez mais pela sociedade a adotar praticas ESG, instituições financeiras também tem olhado para o assunto com maior interesse e atenção e buscado introduzir o critérios em suas analises e em seus produtos. Há uma parte das gestoras lançando fundos ESG, indexados à ETF com ações de empresas aderentes as praticas de ESG fora do Brasil.

Como funciona na prática e como afeta os investimentos?

Em conjunto com a S&P Dow Jones, a maior provedora de índices do mundo, a própria bolsa brasileira B3, lançou em 2020 o índice S&P/B3 Brasil ESG. Ele utiliza critérios baseados nas praticas representados na sigla pra selecionar empresas brasileiras pra sua carteira. A ideia é promover companhias com as melhores avaliações ESG, excluindo as dos setores como armas, tabaco e carvão térmico.

Outra parte das gestoras não estão criando produtos propriamente segmentados com o nome ESG, mas buscando adotar as praticas nas suas escolhas de ações pra compor os seus produtos. Existem gestores recorrendo a critérios para exclusão das companhias e também profissionais quem buscado atuar junto as empresas pra melhorar algumas das suas práticas antes de decidir vetar a sua participação nos seus fundo.

Como ele se aplica no universo corporativo?

Independentemente da abordagem, o que os gestores relatam é que o escopo de perguntas dirigidas as empresas mudou com os critérios ESG ganhando peso nas analises. O desafio tanto dos gestores e analistas quanto dos investidores é se certificar que as empresas estão cumprindo o que prometem, que estão revendo práticas em busca de uma atuação de fato mais sustentável no seu cotidiano. E toda essa mudança sem esquecer a busca pela eficiência e pela entrega de resultados aos seu investidores.

O mercado está vivendo uma transformação, o ESG é muito novo especialmente no Brasil e há um processo de adaptação por parte das empresas, dos gestores e dos próprios investidores. É de se imaginar que esse processo em construção vai ganhar força e deixar claro ao longo do tempo de que forma os investidores vão poder se certificar que as empresas de fato cumprem as melhores práticas.